Estivemos ontem em Alcobaça, alguns amigos, outros conhecidos e, claro, uma pequena multidão que lá foi para ver Stacey Kent, no nem-muito-pequeno-nem-muito-grande Cine Teatro, de tamanho e conforto q.b. para concertos deste género.
O concerto de Stacey Kent é um daqueles casos em que o todo é claramente superior à soma das partes. Já
aqui escrevi que a voz dela nunca seria a minha primeira escolha.
Jim Tomlinson, seu marido, é um
saxofonista razoável, com um timbre que me agrada, mas não mais do que isso. O trio que os acompanha - piano, contrabaixo, bateria - fica claramente aquém do desejável e, estritamente do ponto de vista técnico e de execução, é bem melhor o conteúdo do CD do que o som ao vivo.
O que faz então com que eu e mais não sei quantas pequenas multidões por esse mundo comprem os discos e vão aos seus concertos?
Percebi-o ontem, é apenas para receber. Isto porque Stacey Kent nos oferece um conjunto de músicas adoráveis, com uma interpretação notável, num todo que é simplesmente muito bom. Isto aliado a um poder de comunicação e uma entrega ao público admiráveis.
Para além do que deu durante o concerto ofereceu ainda três encores. Sem falsas modéstias ou pretensões de pôr o público a implorar regressos ao palco.
Para retribuir dei-lhe um cumprimento, comprei-lhe um disco, pedi-lhe um autógrafo e roubei-lhe uma fotografia.

(fj) Alcobaça, Março de 2008