
Porque, tal como aí se refere, este CD não teve “a divulgação e aplauso merecidos em face do excelente material musical e vocal que apresenta”.
Porque também eu, na altura em que conheci o disco, fiquei com a sensação menos confortável de estar a passar ao lado de um disco mais do que apenas interessante.
Porque, quer se goste mais ou menos da Lena d’Água como artista e pessoa, ela será sempre uma das vozes mais carismáticas dos últimos 30 anos em Portugal.
Porque disso e de mais deu provas há algum tempo quando, por ocasião de um espectáculo transmitido pela televisão no qual se juntaram vários grupos e artistas da vaga de rock português de 1980, ela reapareceu a cantar ao vivo, dando um autêntico “banho” de voz que, caso houvesse justiça no mundo, deveria ter deixado envergonhados metade dos ídolos e “starlettes” que por aí pairam.
Fico contente por músicos como João Moreira no trompete, André Fernandes na guitarra, Marco Franco na bateria e Bernardo Moreira no contrabaixo, se empenharem em fazer música assim, bela e portuguesa.
E finalmente porque o CD “Sempre” tem o mérito de retomar 10 temas portugueses, entre os quais se encontram músicas tão belas como “A Noite Passada” de Sérgio Godinho e este maravilhoso “Mariazinha” de José Mário Branco.