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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Outro mundo

A única vez que os vi, há já uns bons 10 anos, no Auditório da então recém inaugurada Biblioteca Municipal de Pombal, achei que eram uma coisa do outro mundo.

Fui para o concerto sem qualquer tipo de expectativa ou de preparação prévia. Apenas me tinham dito que devia ser uma “coisa gira”, uns cantores... assim, tipo “músicas do mundo”.

Apagam-se as luzes e entram no palco 4 homens, de ar simpático mas rude, vestidos com trajes tradicionais da sua terra natal, a Sardenha. Formam entre si um pouco mais do que um semicírculo, de olhos quase fechados, encerrados em si mesmos, e começam com isto.



É impossível ficar indiferente ao ouvir-se, e em especial ao presenciar-se, o canto a tenore. Assim se chama o canto polifónico de Bitti, na Sardenha, uma tradição com milhares de anos e classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade.

É um caso interessantíssimo de harmonia vocal compacta, com alterações bem marcadas de tonalidade, e um dos poucos exemplos de música tradicional que incorpora canto gutural e harmónicos vocais (onde uma nota fundamental e um harmónico são emitidos em simultâneo, neste caso harmónicos inferiores).

Não se ouve facilmente, é claro, mas vale a pena conhecer e perceber quais as suas regras.



Naquela noite saí do auditório ainda meio aturdido, comprei-lhes um CD, claro, e ficou claro também que eles eram - são mesmo - de outro mundo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lura




Três discos editados e só agora a conheci.



O quarto disco acaba de ser lançado e está no 13º lugar do top europeu de world music.




Um disco - "Eclipse" - de produção cuidadíssima e com variedade de estilos mais do que suficiente para agradar a muitos. Para quem, como eu, não relacionava o nome Lura com coisa nenhuma, aqui está esta pista.

Lura - Ponciana

segunda-feira, 30 de março de 2009

Brrrlak!

Esta mulher é um mundo. Pela música ligou o Congo à Bélgica, as vocalizações dos pigmeus ao hip-hop, a Europa ao Mundo e fechou o círculo revisitando as origens em África.

Fugiu à morte em pequena, sentiu a diferença da cor, fechou-se em casa para aprender e depois saiu para nos dar as Zap Mama. E estas (ou algumas destas) já deram frutos ao juntarem-se a Tony Allen, Erykah Badu, Me'Shell NdegéOcello, Ladysmith Black Mambazo, Sérgio Mendes ou ao Joe Zawinul Syndicate (como no caso da maravilhosa Sabine Kabongo).

Esta mulher faz obstinadamente boa música. Chama-se Marie Daulne, é belga e o seu nome confunde-se com as próprias Zap Mama.

Do primeiro álbum, de 1991, (comprei-o ainda editado pela belga Crammed) o clássico Brrrlak!