
Ah, pois, a tal voz... Mônica Salmaso.
Directo ao assunto: a qualidade da voz de Mônica Salmaso, a consistência e o requinte da obra que já reuniu (tem 5 CD's em nome próprio, 1 CD em parceria com Paulo Bellinati, 2 CD's com a Orquestra Popular de Câmara, para além de inúmeras participações) são monumentais!
Há três meses atrás não tinha sequer ouvido falar nela (conheci-a através do documentário "Vinicius", de Miguel Faria Jr.). Hoje, admito ou subscrevo várias das opiniões da crítica: “sheer beauty”, "gorgeous, quintessentially Brazilian voice", "one of the best voices to come out of the prolific Brazilian music scene in a long time", "the most pure singer in Brazil today". E outras do género.
Sejamos francos, alguém consegue ainda estar indiferente quando chega ao último acorde do piano nesta versão de “Ave Maria No Morro”?
Mônica Salmaso nasceu em 1971, em São Paulo. Ganhou vários prémios de relevo no Brasil, entre os quais vários como melhor voz a nível nacional. O primeiro CD da sua carreira é precisamente “Afro-Sambas” de 1995, uma obra de qualidade e de interesse enormes. Em parceria com o enorme guitarrista que é Paulo Bellinati, este álbum reune pela primeira vez todos os afro-sambas compostos por Baden Powell e Vinicius de Moraes.

No álbum “Noites de Gala, Samba na Rua”, de 2007, Mônica percorre desta vez uma boa parte do cancioneiro de Chico Buarque. A competência dos músicos que a acompanham levam-na a reconstruir superiormente os temas nossos conhecidos. Como este, “Construção”.
Desde que a conheci, Mônica Salmaso deu-me a conhecer grupos como a Orquestra Popular de Câmara ou o Quinteto Sujeito a Guincho. Mas acima de tudo continua, em nome próprio, a proporcionar-me horas a fio de puro deslumbramento musical. Como aqui, em “Joana Francesa”, imperdível!
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(e a fechar, é impossível não ver esta delícia de apresentação da banda)