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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Outro mundo

A única vez que os vi, há já uns bons 10 anos, no Auditório da então recém inaugurada Biblioteca Municipal de Pombal, achei que eram uma coisa do outro mundo.

Fui para o concerto sem qualquer tipo de expectativa ou de preparação prévia. Apenas me tinham dito que devia ser uma “coisa gira”, uns cantores... assim, tipo “músicas do mundo”.

Apagam-se as luzes e entram no palco 4 homens, de ar simpático mas rude, vestidos com trajes tradicionais da sua terra natal, a Sardenha. Formam entre si um pouco mais do que um semicírculo, de olhos quase fechados, encerrados em si mesmos, e começam com isto.



É impossível ficar indiferente ao ouvir-se, e em especial ao presenciar-se, o canto a tenore. Assim se chama o canto polifónico de Bitti, na Sardenha, uma tradição com milhares de anos e classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade.

É um caso interessantíssimo de harmonia vocal compacta, com alterações bem marcadas de tonalidade, e um dos poucos exemplos de música tradicional que incorpora canto gutural e harmónicos vocais (onde uma nota fundamental e um harmónico são emitidos em simultâneo, neste caso harmónicos inferiores).

Não se ouve facilmente, é claro, mas vale a pena conhecer e perceber quais as suas regras.



Naquela noite saí do auditório ainda meio aturdido, comprei-lhes um CD, claro, e ficou claro também que eles eram - são mesmo - de outro mundo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Refrescante!

O autor do texto que se segue é também um dos autores da música que mais abaixo se encontra, "Africa":

Greetings!

My name is David Paich. When I wrote Africa I never dreamed of hearing such an innovative rendition. All I can say is awesome!!!!!!!!!!!!!!

I am truly honored that you not only would arrange a choir version of the song but the time and effort into creating REAL MAGIC! I have NEVER received so many emails from artists friends and colleagues on a singular performance of a song.

My hats off to all of you.

I know my co-writer Jeff Porcaro would have shared the same feelings. I know my band TOTO does.

Again, thanks you for such a wonderful gift. I would love to meet everyone sometime soon and maybe work together.

Regards.........David


É ver o que se segue e ficar a conhecer os "Perpetuum Jazzile" grupo coral da Eslovénia, cheio de vozes bem tratadas. E que bem nos tratam!

(Ah! só um pormenor: um microfone para cada voz. Assim mesmo, não se brinca!)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Isicathamiya

Canto a capella, polifonia da África austral, música do mundo, todos são gostos antigos.

E este tema também, solene e forte de mais para hoje lhe resistir.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Voices On The Dark Side

Stephanie Lewin: soprano
Jennifer Feucht: soprano
Melissa Smithson: alto
Jon Krivitzky: tenor
Michael Mahler: tenor
Chris Feucht: tenor
Alan Schmuckler: baritone
Dan Riley: bass
Freddie Feldman: vocal percussion

Speakers: Jill Feldman, Marty Gasper, Bill Hare, Tzvia Krivitzky, Mike Mendyke, Jonathan Minkoff, Diana Preisler, Deke Sharon

"Nominated for Best Album, Contemporary A Cappella Recording Award (CARA) 2006."

"'Dark Side of the Moon' done a capella. No instruments, no drums. Just voices."

Pois, foi neste ponto que comecei a duvidar. Será possível? Não! Mas afinal... sim, é isso mesmo, o "Dark Side of the Moon"... a capella!!!



"'
Dark Side of the Moon A Cappella' is an all-vocal version of Pink Floyd's magnum opus 'Dark Side of the Moon.' No instruments were used in the recording of this unique version of the album. Eight singers and one 'vocal percussionist' (similar to a beatboxer) recreate the original work in its entirety."

Um grupo montado por um produtor - Freddie Feldman - exclusivamente para a gravação de um (1) disco. Voices On The Dark Side reproduziram integralmente um dos mais elaborados, melhor produzidos, mais emblemáticos e mais vendidos álbuns da história da música!

Enfim, uma tarefa monumental e um resultado absolutamente soberbo! O álbum reproduz fielmente o alinhamento, a continuidade e o timing do original.

Sim, bem sei que existem grupos mais perfeitos e o original é incomparavelmente melhor. Mas o trabalho que aqui está é imenso e, tanto quanto sei, único.

Ah, e já agora, outro fenómeno/mito curioso, este.

"The album was recorded in High Definition, without breaks between the tracks (as in the original), and is as close to the original in timing as possible, thus preserving its 'Wizard of Oz Compatibility.'"

Ele há cada uma!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Corpo e alma

Dos grupos a capella que conheço guardo este num canto especial. Os Vocal Sampling são cubanos, 6 vozes masculinas, e fazem aquilo que o seu nome indica, isto é, tocam (imitam)
com a boca os instrumentos das músicas que interpretam. Como aqui, no clássico popularizado pelo Buena Vista Social Club, "El cuarto de Tula".



"Vocal Sampling may sound like a full salsa band - but in reality their unique sound is created by a six piece all-male Cuban a-capella group. With minimum technology, they use only their voices, their cupped hands and their own bodies to create a full range of timbres and textures. All the instruments of the Latin Orchestra - percussion, horns, keyboard, bass - are vocally reproduced with astonishing accuracy for their hugely entertaining set of classic boleros, rumbas, and salsa, as well as more contemporary compositions."

Apenas com a boca, as mãos e o corpo, isso mesmo. Estes seis rapazes começaram a cantar juntos, por divertimento, no início da década de 90 no Instituto Superior de Arte em Havana. E é ao absolutamente inesgotável tesouro da tradição da música popular cubana que vão buscar o material para a sua produção própria de salsa, son, guaracha, boleros e rumbas.

"Since then the group have gained the attention of artists such as Bobby McFerrin, Peter Gabriel and Paul Simon. In 1996, at the artists' invitation, Vocal Sampling performed at the Montreux Jazz Festival alongside artists such as Chaka Khan, Phil Collins, Mick Hucknall and Toots Thielemans to celebrate Quincy Jones' 50 years in the music business."

Dos cinco álbuns que lhes conheço, "Cambio de Tiempo" (nomeado para 3 Grammy's) e "Akapelleando" destacam-se dos restantes (aqui, alguns dos temas desses álbuns).

You can't get much closer to pure entertainment than Vocal Sampling, six Cubans famed for being able to recreate a hot Latin orchestra, a trompe l'oreille achieved with voices and mics. - The Guardian


Vocal Sampling - Apretaito pero relajao ("Akapelleando")

Concordo plenamente. Os Vocal Sampling oferecem perfeição e prazer. E, se há música que é feita com alma, esta será um exemplo. Aliás, feita com o corpo e com a alma.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

BR6, cinco brasileiros mais uma

Chamam-se BR6, são brasileiros e são 6, cinco homens e uma mulher. Cantam a cappella e citam como influências os Cariocas, Quarteto em Cy e, claro, Take 6.

Mas o melhor de tudo é que cantam bem, com harmonias e arranjos interessantes e bem arquitectados, em número mais do que suficiente.



Dois discos editados, o primeiro chama-se “Música Popular Brasileira A Cappella” e trouxe-lhes de imediato os já conhecidos prémios internacionais para música a capella.

O segundo álbum chama-se “Here To Stay - Gershwin & Jobim” e é dele este “Waters of March - Rhapsody in Blue”, um interessantíssimo mash-up dos dois clássicos de Jobim e Gershwin.

Está para breve um terceiro álbum. Aguardemos, portanto.


quinta-feira, 3 de abril de 2008

Canto Nono

Há uns anos que não me canso de os recomendar. "O Porto a oito vozes" é um dos cd's que mantenho bem guardados, arma secreta que uso quando preciso de tirar vantagem do factor surpresa.



Em 2004, a CASA (Contemporary A Cappella Society) premiou os Canto Nono e
a interpretação de "Etelvina” (de Sérgio Godinho, com arranjo vocal de José Mário Branco) com um dos “2004 Contemporary A cappella Recording Awards” na categoria “Best jazz song (enfim, 'best song' talvez, mas jazz é que não).

Os Canto Nono existem desde 1992, trabalharam com
Ward Swingle, 'himself',
mas a verdade é que poucos de nós ouvimos falar deles e deste prémio. "O Porto a oito vozes" é um disco brilhante, gravado ao vivo durante o Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. É comprar, é comprar... se o encontrarem!

Aqui fica essa tal Etelvina.