O Mercado Engenheiro Silva era onde quase sempre íamos aos sábados de manhã. Três ou quatro cestos de compras repartidos pelos Pais e por mim, saímos a pé, pisávamos o alcatrão torto das raízes que as árvores sempre teimam em deitar e, pela Rua Fresca, descíamos até ao Jardim.
Nas manhãs de Verão era aí que gansos e crianças disputavam o silêncio e onde, àquela hora, as folhagens já não disfarçavam o primeiro calor do dia.
Havia uma pedra saliente, cravada no chão, que eu nunca deixava de pisar. Luzidia, guardava uma reentrância escavada para receber a enorme tranca de ferro do portão do Mercado. Uma vez transposta, dava-se início a um circuito já mais ou menos traçado. Frutas, peixe, legumes e carne, as bancas do costume e as conversas de sempre. Olhe este peixe que eu já tinha guardado para si, faço-lhe tudo a 2$50, leve estas que não se arrepende, olhe q’isto é só mel.
Carregados os cestos, o regresso. O Jardim novamente - agora mais quente - depois pela Rua Fresca acima, devagar, até à Igreja e depois a casa.
O Mercado ficou-me gravado como rotina matinal dos sábados. Não me lembro das caras, mas recordo-me do resto que está impresso nos sentidos - a algazarra de sons, o cheiro do peixe, o da carne cortada e o da criação que em pequenas capoeiras ali terminava a vida.
Em minha casa nunca se ia à praça, dizia-se ir ao Mercado. Hoje é um sítio arrumado, certificado, mas eu ainda gosto de por lá passar.
Ali nada é meu, mas quase podia ser.
---------------------------------------
“O que vem à rede” termina hoje, aqui.
Transforma-se e muda-se para o “Mercado Engenheiro Silva”.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Por que não?
Ao início fiquei surpreendido. Pior, céptico. Victoria Abril a cantar bossa com Rosa Passos?
Bom... pois a mim parece-me bem!
Bom... pois a mim parece-me bem!
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
"Eu e os meus irmãos"
"Eu e os meus irmãos” é o nome de uma reportagem da SIC acerca dos órfãos de SIDA em Moçambique.
Já tinha ganho um prémio para melhor imagem no Festival International Du Grand Reportage d'Actualite (FIGRA), em França, agora foi o Prémio AMI - Jornalismo Contra a Indiferença.
Quando se vê esta reportagem não mais se esquece.
Ou então vê-se e faz-se depois por não se pensar mais nisso - que é como eles dizem quando se referem ao pai e à mãe que não têm.
"Eu e os meus irmãos"
Jornalista: Cândida Pinto
Repórter de imagem: Jorge Pelicano
Já tinha ganho um prémio para melhor imagem no Festival International Du Grand Reportage d'Actualite (FIGRA), em França, agora foi o Prémio AMI - Jornalismo Contra a Indiferença.
Quando se vê esta reportagem não mais se esquece.
Ou então vê-se e faz-se depois por não se pensar mais nisso - que é como eles dizem quando se referem ao pai e à mãe que não têm.
"Eu e os meus irmãos"
Jornalista: Cândida Pinto
Repórter de imagem: Jorge Pelicano
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Pensar, pensar
Junio 18, 2010 por Fundação José Saramago
Creo que en la sociedad actual nos falta filosofía. Filosofía como espacio, lugar, método de reflexión, que puede no tener un objetivo concreto, como la ciencia, que avanza para satisfacer objetivos. Nos falta reflexión, pensar, necesitamos el trabajo de pensar, y me parece que, sin ideas, no vamos a ninguna parte.
Publicado em “Otros Cuadernos de Saramago”, no dia em que este desaparece.
Creo que en la sociedad actual nos falta filosofía. Filosofía como espacio, lugar, método de reflexión, que puede no tener un objetivo concreto, como la ciencia, que avanza para satisfacer objetivos. Nos falta reflexión, pensar, necesitamos el trabajo de pensar, y me parece que, sin ideas, no vamos a ninguna parte.
Publicado em “Otros Cuadernos de Saramago”, no dia em que este desaparece.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Quando, por mais que se tente, não se consegue compreender
Há coisas que nos deixam de queixo caído, com vontade de bradar aos céus. Veja-se – de preferência até ao final – esta gravação de 1988 de um programa da televisão francesa.
Haverá alguém a duvidar do bom gosto musical, da voz e da presença em palco desta artista?
Diz o apresentador francês no final do vídeo: “aprés Linda de Suza, le Portugal nous a proposé Guida de Palma”.
Agora que ficámos a perceber que afinal se trata de uma portuguesa, ouçamos esta faixa de um seu CD, editado já em 2010.
E, já agora, esta.
Bastam dois ou três cliques no Google para ficar a saber que Guida de Palma – a quem, em 1985, poucos meses antes da sua morte, Jaco Pastorius caiu como uma mosca no mel ao saltar para o palco para tocar durante a sua primeira actuação ao vivo, em Paris – tem créditos mais do que muitos a cantar, compor, a estudar música e produção musical, bem como a colaborar como vocalista principal e/ou de suporte com, entre outros menos conhecidos, os Kyoto Jazz Massive ou os Pet Shop Boys.
Após anos a viver no estrangeiro, Guida de Palma voltou a residir em Portugal onde, para além de editar pelo menos 3 discos, continua a liderar e participar em projectos diversos (entre os quais os Jazzinho), a dar aulas de canto, a gravar e a fazer produção musical para outros artistas.
Enquanto deambulava por prateleiras de jazz e de música brasileira deparei com ela – um CD em seu nome com produção do (literalmente) grande Ed Motta.
Ouvi, procurei saber quem era e ouvi mais, e mais, e mais música dela. Depois de me cair o queixo e de ficar com vontade de bradar aos céus, afigura-se-me completamente incompreensível e injusto que nem uma só vez eu tenha ouvido ou lido neste País uma referência que seja a Guida de Palma.
Ou ando muito distraído ou há coisas que, por mais que se tente, não se conseguem compreender.
Haverá alguém a duvidar do bom gosto musical, da voz e da presença em palco desta artista?
Diz o apresentador francês no final do vídeo: “aprés Linda de Suza, le Portugal nous a proposé Guida de Palma”.
Agora que ficámos a perceber que afinal se trata de uma portuguesa, ouçamos esta faixa de um seu CD, editado já em 2010.
E, já agora, esta.
Bastam dois ou três cliques no Google para ficar a saber que Guida de Palma – a quem, em 1985, poucos meses antes da sua morte, Jaco Pastorius caiu como uma mosca no mel ao saltar para o palco para tocar durante a sua primeira actuação ao vivo, em Paris – tem créditos mais do que muitos a cantar, compor, a estudar música e produção musical, bem como a colaborar como vocalista principal e/ou de suporte com, entre outros menos conhecidos, os Kyoto Jazz Massive ou os Pet Shop Boys.
Após anos a viver no estrangeiro, Guida de Palma voltou a residir em Portugal onde, para além de editar pelo menos 3 discos, continua a liderar e participar em projectos diversos (entre os quais os Jazzinho), a dar aulas de canto, a gravar e a fazer produção musical para outros artistas.
Enquanto deambulava por prateleiras de jazz e de música brasileira deparei com ela – um CD em seu nome com produção do (literalmente) grande Ed Motta.
Ouvi, procurei saber quem era e ouvi mais, e mais, e mais música dela. Depois de me cair o queixo e de ficar com vontade de bradar aos céus, afigura-se-me completamente incompreensível e injusto que nem uma só vez eu tenha ouvido ou lido neste País uma referência que seja a Guida de Palma.
Ou ando muito distraído ou há coisas que, por mais que se tente, não se conseguem compreender.
sábado, 12 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Aforismo de final de semana
There can't be any crisis next week. My schedule is already full. - Henry Kissinger
terça-feira, 1 de junho de 2010
Ooops!
Meshell Ndegeocello, do clássico, imprescindível álbum de estreia de 1993, "Plantation Lullabies".
Jazz, acid, hip-hop, funk... o que se quiser..., mas do melhor.
Jazz, acid, hip-hop, funk... o que se quiser..., mas do melhor.
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Síntese
"There's nothing you can't do" pode parecer excessivo enquanto lema de uma vida. Neste caso é o de duas e fica aqui bem justificado.
O novo álbum de Raul Midón - Synthesis - confirma como se deve seguir com interesse tudo o que ele faz.
E depois há aqui o dedo de Larry Klein, produtor, a mostrar ao longo de décadas como se pode ser uma espécie de Midas na música (Joni Mitchel, Julia Fordham, Madeleine Peyroux, Luciana Souza, Melody Gardot...).
O novo álbum de Raul Midón - Synthesis - confirma como se deve seguir com interesse tudo o que ele faz.
E depois há aqui o dedo de Larry Klein, produtor, a mostrar ao longo de décadas como se pode ser uma espécie de Midas na música (Joni Mitchel, Julia Fordham, Madeleine Peyroux, Luciana Souza, Melody Gardot...).
quinta-feira, 13 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
FAT
O artigo de Paul Krugman publicado no New York Times no passado dia 22 de Abril diz de forma clara e despudorada muito do que por aí se ouve. E aquilo que o senso comum conversa à mesa do café, fica brilhante nas palavras de um Nobel da Economia.
(traduzi, porque importa ser lido, por todos)
(traduzi, porque importa ser lido, por todos)
"Don’t Cry for Wall Street
Paul Krugman, The New York Times
Abril 22, 2010
Na quinta-feira passada o presidente Obama esteve em Manhattan, onde pediu apoio para a reforma financeira a uma audiência formada em grande parte por pessoas da Wall Street. "Eu acredito", declarou ele, "que estas reformas serão, no final, não apenas do interesse do nosso país, mas também do interesse do sector financeiro."
Bom, eu gostaria que ele não o tivesse dito – não apenas porque na verdade ele precisa, por uma questão política, de tomar uma atitude populista, de criar publicamente alguma distância entre ele e os banqueiros. A verdade é que Obama deveria tentar fazer o que é mais correcto para o país – ponto final. Se ao fazê-lo ele acabar por ferir os banqueiros, tudo bem.
Mais do que isso, a reforma deve ferir os banqueiros. Um número crescente de analistas sugere que uma indústria financeira sobredimensionada está a afectar a economia em geral. Reduzir o tamanho dessa indústria não vai fazer Wall Street feliz, mas o que é mau para a Wall Street seria bom para a América.
As reformas que estão agora sobre a mesa – e que eu apoio – podem acabar por ser boas para a indústria financeira, bem como para todos nós. Mas isso é assim porque elas apenas lidam com uma parte do problema: eles tornariam a finança mais segura, mas poderiam não a tornar mais pequena.
Qual é o problema das finanças? Comecemos pelo facto de a indústria financeira moderna gerar enormes lucros e remunerações, apesar de produzir poucos benefícios tangíveis.
Lembram-se do filme "Wall Street", de 1987, no qual Gordon Gekko declarava: a ganância é boa? Pelos padrões actuais, Gekko seria apenas um modesto e cauteloso jogador na bolsa. Nos anos que antecederam a crise de 2008 o sector financeiro foi responsável por um terço do total dos lucros internos – cerca do dobro do que era duas décadas antes.
Esses lucros justificavam-se, tal como me foi dito, porque a indústria financeira estava a fazer muito pela economia. Estava a canalizar capital para usos produtivos; estava a dispersar o risco; estava a reforçar a estabilidade financeira. Nada disto era verdade. O capital foi canalizado não para a criação de empregos inovadores, mas para uma bolha imobiliária insustentável; o risco concentrou-se, em vez de ter sido distribuído; e, quando a bolha imobiliária rebentou, o supostamente estável sistema financeiro implodiu, resultando como dano colateral a pior recessão global desde a Grande Depressão.
Então, porque é que os banqueiros estavam a amealhar? A minha opinião, reflectindo os esforços de economistas financeiros para dar um sentido à catástrofe, é que se tratava afinal de jogar com o dinheiro de outros. O sector financeiro fez grandes e arriscadas apostas com fundos emprestados – apostas que pagaram altos rendimentos até ficarem em má situação – mas conseguia obter dinheiro barato porque os investidores não entendiam quão frágil era a indústria financeira.
E quanto aos tão propalados benefícios da inovação financeira? Eu concordo com os economistas Andrei Shleifer e Vishny Robert, que defendem num artigo recente que muita dessa inovação consistia em criar a ilusão da segurança, proporcionando aos investidores “falsos substitutos” para activos fora de moda, tais como os depósitos bancários. A ilusão (a magia) acabou por falhar – e o resultado foi uma crise financeira desastrosa.
A propósito, no seu discurso de quinta-feira Obama insistiu – por duas vezes – que a reforma financeira não inibirá a inovação. Infelizmente.
E eis o que se está a passar: após sofrer um forte golpe na sequência da crise, os lucros do sector financeiro estão novamente a subir. Parece muitíssimo provável que a indústria financeira em breve vá voltar a jogar os mesmos jogos que, em primeiro lugar, nos meteram nesta embrulhada.
Então, o que fazer? Como eu disse, eu apoio as propostas de reforma da administração Obama e dos seus aliados no Congresso. Entre outras coisas, seria uma vergonha ver a campanha anti-reforma dos líderes republicanos – uma campanha marcada por uma desonestidade e hipocrisia de tirar o fôlego – tornar-se bem sucedida.
Mas essas reformas devem ser apenas o primeiro passo. Precisamos também de reduzir o tamanho da finança.
E não são apenas críticos de fora a dizê-lo (não que haja algo errado com os críticos de fora, os quais têm tido muitas vezes mais razão do que os supostos conhecedores; ver Greenspan, Alan). Uma proposta interessante está prestes a ser revelada, com origem, nem mais nem menos, no Fundo Monetário Internacional. Num documento passado para o exterior, preparado para uma reunião deste fim-de-semana, o Fundo apela a uma taxa sobre a actividade financeira (Financial Activity Tax) – sim, FAT – a qual incidiria sobre os lucros e remunerações da indústria financeira.
Tal imposto, alega o Fundo, poderia "mitigar a tomada de riscos excessivos." Poderia também "levar a reduzir a dimensão do sector financeiro", o que é apresentado pelo Fundo como algo de bom.
Na verdade, a proposta do Fundo Monetário Internacional é até bastante leve. No entanto, se ela vier a tornar-se realidade, Wall Street vai uivar.
O facto é que nós temos vindo a dedicar uma fatia demasiadamente grande da nossa riqueza, demasiado talento do nosso País, à actividade de conceber e “tramar” complexos esquemas financeiros – esquemas que têm uma tendência para fazer rebentar a economia. Acabar com este estado de coisas irá prejudicar o sector financeiro. E então?"
terça-feira, 4 de maio de 2010
A menina tem swing!
Quem aos 13 anos prometia desta forma, aos 16 anos só poderia cumprir assim - de forma superior.
Já está por aí o (primeiro) álbum da Nikki.
Já está por aí o (primeiro) álbum da Nikki.
domingo, 2 de maio de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
O responsável já foi despedido
Sim, mas entre despedimentos e pedidos oficiais de desculpas, tornou-se pública a lista criada por funcionários do "Foreign Office" britânico durante um "brainstorming" com vista a gerar ideias para possíveis actividades do Papa durante a próxima visita ao Reino Unido.
Sim senhor, tiro-lhes o chapéu. Desde criar clínicas de aborto a abençoar um casamento homossexual, vejo aqui potencial para a malta do "Foreign Office" poder vir a trabalhar para as Produções Fictícias. Ou então, para criarem um campeonato privado com o Vaticano no que diz respeito a "gaffes".
Segundo eles, "The ideal visit would see…"
Sim senhor, tiro-lhes o chapéu. Desde criar clínicas de aborto a abençoar um casamento homossexual, vejo aqui potencial para a malta do "Foreign Office" poder vir a trabalhar para as Produções Fictícias. Ou então, para criarem um campeonato privado com o Vaticano no que diz respeito a "gaffes".
Segundo eles, "The ideal visit would see…"
Clicar na imagem, para a ampliar
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Brasília, 50 anos depois de 21 de Abril de 1960
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Brasília, antes.
Marcel Gautherot, 1959
Marcel Gautherot, 1958
Marcel Gautherot, 1958
Brasília, depois.
Marcel Gautherot, 1964
Marcel Gautherot, 1962
Marcel Gautherot, 1962
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segunda-feira, 19 de abril de 2010
Eyjafjallajökull [ˈɛɪjaˌfjatlaˌjœːkʏtl̥]
Esta situação que envolve a erupção vulcânica na Islândia denota uma hipocrisia à escala global. O que agora se verifica é simples: quando se trata de vulcões que ao longo dos tempos fizeram história – casos do Vesúvio, do Stromboli ou do Etna, e mesmo outros mais distantes, como por exemplo o Kilauea, no Hawai – toda a gente fala abertamente e sem receios, tratando-os a todos pelos seus nomes. Contudo, a propósito da nuvem de cinzas que agora paira sobre a Europa, todos referem apenas o “vulcão da Islândia”.
Mas o que é isto? Porventura existem vulcões “de primeira” e vulcões “de segunda”? Há vulcões com nome na praça, enquanto outros o vêem definitivamente proscrito? Mas porquê? Por se tratar de um pequeno país na bancarrota, já convém não mostrar muita intimidade, será isso?
Chegou a hora de acabar com esta hipocrisia! Tratemos as coisas pelos seus nomes! Defendamos o bom-nome deste vulcão: ˈɛɪjaˌfjatlaˌjœːkʏtl̥!
Como aqui, no metro de Times Square:
Isso mesmo: ˈɛɪjaˌfjatlaˌjœːkʏtl̥!
E agora, nos noticiários do Mundo:
Mas o que é isto? Porventura existem vulcões “de primeira” e vulcões “de segunda”? Há vulcões com nome na praça, enquanto outros o vêem definitivamente proscrito? Mas porquê? Por se tratar de um pequeno país na bancarrota, já convém não mostrar muita intimidade, será isso?
Chegou a hora de acabar com esta hipocrisia! Tratemos as coisas pelos seus nomes! Defendamos o bom-nome deste vulcão: ˈɛɪjaˌfjatlaˌjœːkʏtl̥!
Como aqui, no metro de Times Square:
Isso mesmo: ˈɛɪjaˌfjatlaˌjœːkʏtl̥!
E agora, nos noticiários do Mundo:
sábado, 17 de abril de 2010
14 x 8.000 metros
Hoje, no cume do Annapurna, João Garcia passou a ser o primeiro alpinista português e o nono do Mundo a completar os quatorze picos acima dos 8.000 metros, sem ajuda de oxigénio artificial.
Não o invejo, mas admiro-o.
Não o invejo, mas admiro-o.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Quero isto, já!
"Vertical Voices" - Kerry Marsh & Julia Dollison Sing the Music of Maria Schneider
A música de Maria Schneider interpretada por Kerry Marsh (7 vozes) e Julia Dollison (8 vozes), acompanhados pela secção rítmica da Maria Schneider Orchestra: Ben Monder (guitarra), Frank Kimbrough (piano), Jay Anderson (contrabaixo), Clarence Penn (bateria).
A música de Maria Schneider interpretada por Kerry Marsh (7 vozes) e Julia Dollison (8 vozes), acompanhados pela secção rítmica da Maria Schneider Orchestra: Ben Monder (guitarra), Frank Kimbrough (piano), Jay Anderson (contrabaixo), Clarence Penn (bateria).
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sábado, 3 de abril de 2010
VOCAbuLarieS
A mais recente adição às minhas listas de audição é o novo CD de Bobby McFerrin, “VOCAbuLarieS”. A crítica de pré-lançamento difundiu já uma mensagem clara:
Musicalmente, estamos perante uma elaboradíssima colagem de elementos de música coral barroca, cantos africanos, R&B e pop, música clássica ocidental, harmonias vocais da África Austral, da Europa de Leste e do Médio Oriente.
Tecnicamente, “VOCAbuLarieS” reúne virtualmente – isto é, recorrendo exaustivamente à gravação e à mistura em estúdio, ao longo de 7 anos (!) – um conjunto de vozes (entre as quais as de Lisa Fischer, Luciana Souza, Janis Siegel dos “Manhattan Transfer” e os “New York Voices”) com raízes na “world music”, na clássica e no R&B, agrupados numa monumental filigrana coral composta por diferentes pequenos núcleos e elementos individuais, num total de 1400 faixas vocais!
Do ponto de vista da linguagem, Bobby McFerrin utiliza, para além da linguagem por ele inventada para cantar, um conjunto de 15 idiomas diferentes: latim, italiano, sânscrito, zulu, espanhol, russo, hebreu, português, mandarim, japonês, francês, árabe, alemão, gaélico... e inglês.
Demasiadamente étnico e com influências da “world music”? Sim, por vezes.
Um álbum de audição necessariamente atenta e imprescindível?
Definitivamente, sim!
“Constructed as meticulously as a Mozart symphony or a Steely Dan album, intricately synthesized from countless stylistic elements, “VOCAbuLarieS” may be unlike any album anyone has ever recorded.”
“Seven years in the making, “VOCAbuLarieS” is certainly the most ambitious McFerrin project to date and may very well be his magnum opus.”
“In short, “VOCAbuLarieS” is Bobby McFerrin’s masterpiece.”
Musicalmente, estamos perante uma elaboradíssima colagem de elementos de música coral barroca, cantos africanos, R&B e pop, música clássica ocidental, harmonias vocais da África Austral, da Europa de Leste e do Médio Oriente.
Tecnicamente, “VOCAbuLarieS” reúne virtualmente – isto é, recorrendo exaustivamente à gravação e à mistura em estúdio, ao longo de 7 anos (!) – um conjunto de vozes (entre as quais as de Lisa Fischer, Luciana Souza, Janis Siegel dos “Manhattan Transfer” e os “New York Voices”) com raízes na “world music”, na clássica e no R&B, agrupados numa monumental filigrana coral composta por diferentes pequenos núcleos e elementos individuais, num total de 1400 faixas vocais!
Do ponto de vista da linguagem, Bobby McFerrin utiliza, para além da linguagem por ele inventada para cantar, um conjunto de 15 idiomas diferentes: latim, italiano, sânscrito, zulu, espanhol, russo, hebreu, português, mandarim, japonês, francês, árabe, alemão, gaélico... e inglês.
Demasiadamente étnico e com influências da “world music”? Sim, por vezes.
Um álbum de audição necessariamente atenta e imprescindível?
Definitivamente, sim!
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
(mais um) aforismo de início de semana
Nothing is really work unless you would rather be doing something else.
- James M. Barrie
quinta-feira, 25 de março de 2010
Sledgehammer
Após uns 35 segundos em que não se sabe muito bem o que dali vai sair, há um ponto de não retorno após o qual é impossível não ver tudo.
Peter Gabriel, Paula Cole, Manu Katché, Tony Levin, David Rhodes e Jean-Claude Naimro, numa performance arrebatadora.
Peter Gabriel, Paula Cole, Manu Katché, Tony Levin, David Rhodes e Jean-Claude Naimro, numa performance arrebatadora.
domingo, 21 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
Happy Pi Day 2010
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...
terça-feira, 9 de março de 2010
O mundo do Professor Luis Soriano
O mundo do Professor Luis Soriano é este, feito de viagens de ida e volta, livros, crianças e uma causa. Coisas que até já não se vêem assim tanto por aí.
Ah... e um burro também.
(obg pela dica, daniel:-)
Ah... e um burro também.
(obg pela dica, daniel:-)
domingo, 7 de março de 2010
Tarde de mais
Desde o dia em que se soube do Leandro, a minha hesitação em publicar este post, os avanços e os recuos, alternaram com a busca, às vezes frenética - nos media, na net, nos que me rodeiam - da opinião de outros, dos que sabem das coisas, dos que ensinam nas escolas, dos que sabem porque também lhes aconteceu... Como quem procura uma tábua para se agarrar, referências que confortem.
Tarde de mais: li já demasiadas inconsequências e ouvi outras tantas imbecilidades sem sentido.
Ao pensar no Leandro, passei ao longo destes dias por momentos da mais dura raiva e pessimismo, até outros em que vislumbrei uma ponta por onde pegar na esperança.
Quando a bestialidade nos rodeia ficamos expostos ao desnorte. Sem soluções prontas ficamos à mercê de desejos e da esperança de que algo seja feito. Porque, tal como ouvi dizer, não compreendo que se continue a falar do resto sem que um clamor atravesse o País.
É tarde de mais para o Leandro. O silêncio que o rodeou matou-o, mesmo quando o primo correu atrás dele. "A mim não me batem mais", terá dito, antes de descer até à margem, despir a roupa e entrar no rio.
É tarde de mais. Até agora pouco vi que valha a pena reter, apenas a noção da enorme necessidade de que se fale, se denuncie, se fale, se fale, se fale... Do pouco que até agora me fica, retenho o artigo da jornalista do Diário de Notícias, Helena Teixeira da Silva, de que, com o devido crédito, aqui me socorro.
Foi-me insuportável conter a emoção ao lê-lo, tal como me continua a ser insuportável não vencer a relutância em fazer este post.
Artigo do Diário de Notícias, publicado a 4 de Março de 2010
"Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos.
Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.
Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.
Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".
Helena Teixeira da Silva
Tarde de mais: li já demasiadas inconsequências e ouvi outras tantas imbecilidades sem sentido.
Ao pensar no Leandro, passei ao longo destes dias por momentos da mais dura raiva e pessimismo, até outros em que vislumbrei uma ponta por onde pegar na esperança.
Quando a bestialidade nos rodeia ficamos expostos ao desnorte. Sem soluções prontas ficamos à mercê de desejos e da esperança de que algo seja feito. Porque, tal como ouvi dizer, não compreendo que se continue a falar do resto sem que um clamor atravesse o País.
É tarde de mais para o Leandro. O silêncio que o rodeou matou-o, mesmo quando o primo correu atrás dele. "A mim não me batem mais", terá dito, antes de descer até à margem, despir a roupa e entrar no rio.
É tarde de mais. Até agora pouco vi que valha a pena reter, apenas a noção da enorme necessidade de que se fale, se denuncie, se fale, se fale, se fale... Do pouco que até agora me fica, retenho o artigo da jornalista do Diário de Notícias, Helena Teixeira da Silva, de que, com o devido crédito, aqui me socorro.
Foi-me insuportável conter a emoção ao lê-lo, tal como me continua a ser insuportável não vencer a relutância em fazer este post.
Artigo do Diário de Notícias, publicado a 4 de Março de 2010
"Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos.
Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.
Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.
Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".
Helena Teixeira da Silva
terça-feira, 2 de março de 2010
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Gravado no Montreal Jazz Festival de 2007, ou seja, aos 13 anos!
Dir-se-ia ser "the shape of jazz to come".
(obg pela dica, ssv :-)
(obg pela dica, ssv :-)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Excelência
(vem isto a propósito do novo CD de Richard Galliano, "Bach", editado pela Deutsche Grammophon)
Bach, Richard Galliano, Gary Burton, Clarence Penn e swing, em 6/8, gravado em 2007. Isto, tudo junto, só pode ser excelente.
Bach, Richard Galliano, Gary Burton, Clarence Penn e swing, em 6/8, gravado em 2007. Isto, tudo junto, só pode ser excelente.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Violas e vozes
Eu sei, corro o risco de me repetir, mas que hei-de eu fazer? Estes dois são pura maravilha!
Trijntje e Leonardo Amuedo, desta vez em tributo a Michael Jackson. Violas, vozes, overdubs e nada mais!
Trijntje e Leonardo Amuedo, desta vez em tributo a Michael Jackson. Violas, vozes, overdubs e nada mais!
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Aventura em "tilt shift"
Uma pequena aventura filmada em cenários reais por Keith Loutit.
"I am a Sydney based photographer. These photographs and short films were made in ordinary places, probably not too unlike where you live. Combining a variety of techniques, I aim to help people take a second look at places that are familiar to them.
Thank you for your interest in my work."
"I am a Sydney based photographer. These photographs and short films were made in ordinary places, probably not too unlike where you live. Combining a variety of techniques, I aim to help people take a second look at places that are familiar to them.
Thank you for your interest in my work."
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Mariazinha na Blue Note
Fico contente pela chamada de atenção de João Moreira dos Santos no blogue “Jazz no País do Improviso“ para o CD de Lena d'Água, “Sempre”, gravado ao vivo no Hot Clube.
Porque, tal como aí se refere, este CD não teve “a divulgação e aplauso merecidos em face do excelente material musical e vocal que apresenta”.
Porque também eu, na altura em que conheci o disco, fiquei com a sensação menos confortável de estar a passar ao lado de um disco mais do que apenas interessante.
Porque, quer se goste mais ou menos da Lena d’Água como artista e pessoa, ela será sempre uma das vozes mais carismáticas dos últimos 30 anos em Portugal.
Porque disso e de mais deu provas há algum tempo quando, por ocasião de um espectáculo transmitido pela televisão no qual se juntaram vários grupos e artistas da vaga de rock português de 1980, ela reapareceu a cantar ao vivo, dando um autêntico “banho” de voz que, caso houvesse justiça no mundo, deveria ter deixado envergonhados metade dos ídolos e “starlettes” que por aí pairam.
Fico contente por músicos como João Moreira no trompete, André Fernandes na guitarra, Marco Franco na bateria e Bernardo Moreira no contrabaixo, se empenharem em fazer música assim, bela e portuguesa.
E finalmente porque o CD “Sempre” tem o mérito de retomar 10 temas portugueses, entre os quais se encontram músicas tão belas como “A Noite Passada” de Sérgio Godinho e este maravilhoso “Mariazinha” de José Mário Branco.
Porque, tal como aí se refere, este CD não teve “a divulgação e aplauso merecidos em face do excelente material musical e vocal que apresenta”.
Porque também eu, na altura em que conheci o disco, fiquei com a sensação menos confortável de estar a passar ao lado de um disco mais do que apenas interessante.
Porque, quer se goste mais ou menos da Lena d’Água como artista e pessoa, ela será sempre uma das vozes mais carismáticas dos últimos 30 anos em Portugal.
Porque disso e de mais deu provas há algum tempo quando, por ocasião de um espectáculo transmitido pela televisão no qual se juntaram vários grupos e artistas da vaga de rock português de 1980, ela reapareceu a cantar ao vivo, dando um autêntico “banho” de voz que, caso houvesse justiça no mundo, deveria ter deixado envergonhados metade dos ídolos e “starlettes” que por aí pairam.
Fico contente por músicos como João Moreira no trompete, André Fernandes na guitarra, Marco Franco na bateria e Bernardo Moreira no contrabaixo, se empenharem em fazer música assim, bela e portuguesa.
E finalmente porque o CD “Sempre” tem o mérito de retomar 10 temas portugueses, entre os quais se encontram músicas tão belas como “A Noite Passada” de Sérgio Godinho e este maravilhoso “Mariazinha” de José Mário Branco.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Uma das duplas felizes na história da música
A história do encontro, afastamento e reencontro de China Forbes e Thomas Lauderdale deu-nos os Pink Martini.
Aqui, ao vivo, percebe-se a razão da perfeição.
Aqui, ao vivo, percebe-se a razão da perfeição.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
Hiromi, solo
Mais um álbum que importa muito ouvir. Também este será editado no dia 26 de Janeiro de 2010 (para além de 'Orchestrion', o novo de Pat Metheny de que aqui já se tratou).
Também da Hiromi já por aqui se falou, bem, e este novo CD é prova de que devemos estar sempre particularmente atentos às novidades de Hiromi Uehara.
Neste disco, uma particularidade mais: um tema chamado "Islands Azores", um dos tais "places to be" de que Hiromi trata neste CD.
Claramente disco a não perder.
Também da Hiromi já por aqui se falou, bem, e este novo CD é prova de que devemos estar sempre particularmente atentos às novidades de Hiromi Uehara.
Neste disco, uma particularidade mais: um tema chamado "Islands Azores", um dos tais "places to be" de que Hiromi trata neste CD.
Claramente disco a não perder.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Ordinary Angel (Flying as high as I can...)
Pat e Greg Kane, foram estes os dois irmãos escoceses que deram origem a um dos melhores grupos pop de sempre.
"The fame and the fortune wasn't the driving force for us. We intellectualized and worried about music a bit more than most of the bands did" - Greg Kane
Aquilo de que aqui se fala é um pouco de todos nós, "(...) ordinary angels, Winning tiny victories, And though the ordinary angels fly, Their wings weigh heavily".
Também isso me faz , passados todos estes anos, continuar a gostar deles.
Hue and Cry - Ordinary Angel
I got the card, delivers the goods
Fills me with happiness
It's joy for a while 'till the first of the month
Then I'm chasing my tail again
I want a life that's bigger than me
'Cause I'm crushing myself to death
Tell you what I don't need
No heaven sent deity
'Cause I'm an ordinary angel
Winning tiny victories
And though the ordinary angels fly
Their wings weigh heavily
I try to be a daily genius
There's no idea beyond my reach
With all the angels and the geniuses
My company I'm gonna keep
I'm watching the news and I feel my face
Hanging like plasticene
Now I see the plot, I've got the plan
Every move is transparent to me
Profit and power's turning the world
And I'm leaning against the spin
Give me a vision please
And I don't mean heavenly
I'm an ordinary angel
Winning tiny victories
And though the ordinary angels fly
Their wings weigh heavily
I try to be a daily genius
There's no idea beyond my reach
With all the angels and the geniuses
My company I'm gonna keep
I want a life that's bigger than me
'Cause I'm crushing myself to death
Give me a vision please
And I don't mean heavenly
I am an ordinary angel
I am an ordinary angel child
Walking with the daily geniuses
I am an ordinary angel
Flying as high as I can...
"The fame and the fortune wasn't the driving force for us. We intellectualized and worried about music a bit more than most of the bands did" - Greg Kane
Aquilo de que aqui se fala é um pouco de todos nós, "(...) ordinary angels, Winning tiny victories, And though the ordinary angels fly, Their wings weigh heavily".
Também isso me faz , passados todos estes anos, continuar a gostar deles.
Hue and Cry - Ordinary Angel
I got the card, delivers the goods
Fills me with happiness
It's joy for a while 'till the first of the month
Then I'm chasing my tail again
I want a life that's bigger than me
'Cause I'm crushing myself to death
Tell you what I don't need
No heaven sent deity
'Cause I'm an ordinary angel
Winning tiny victories
And though the ordinary angels fly
Their wings weigh heavily
I try to be a daily genius
There's no idea beyond my reach
With all the angels and the geniuses
My company I'm gonna keep
I'm watching the news and I feel my face
Hanging like plasticene
Now I see the plot, I've got the plan
Every move is transparent to me
Profit and power's turning the world
And I'm leaning against the spin
Give me a vision please
And I don't mean heavenly
I'm an ordinary angel
Winning tiny victories
And though the ordinary angels fly
Their wings weigh heavily
I try to be a daily genius
There's no idea beyond my reach
With all the angels and the geniuses
My company I'm gonna keep
I want a life that's bigger than me
'Cause I'm crushing myself to death
Give me a vision please
And I don't mean heavenly
I am an ordinary angel
I am an ordinary angel child
Walking with the daily geniuses
I am an ordinary angel
Flying as high as I can...
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Para conhecer e ouvir com atenção porque há aqui muita música e coisas bonitas para ver
Yellowcake (wikipedia)
(Kaki King) (myspace)
it appears (it appears)
unavoidable
glittering stars
star shines
they'll come to you (they'll come to you)
they'll come to you
diamonds deep
in the earth
sparkle though they can't be seen
it can hardly be conceived
open yourself
you will become the light you see
then yourself
you will become the light you see
domingo, 17 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
FAQs
O tempo não está bom por essa Europa e aquilo que sei acerca da relação entre o frio extremo e os aviões não me deixa descansado sobre o facto de voar amanhã para Paris (e sobretudo sobre o querer voltar no dia seguinte).
Ora, falando-se como se tem falado nos últimos dias sobre aeroportos encerrados, cancelamentos e atrasos nos voos, achei que seria avisado saber como está a situação e consultar o site da companhia em que irei voar.
Assim fiz. Para além de ter confirmado não ser possível confirmar mais do que a possibilidade de continuarem a ocorrer cancelamentos e atrasos nos voos, as FAQs permitiram-me também ficar a par de algo que me fazia muita falta saber, sobretudo agora.
Isto:
Assim sim, fiquei muito mais descansado.
Ora, falando-se como se tem falado nos últimos dias sobre aeroportos encerrados, cancelamentos e atrasos nos voos, achei que seria avisado saber como está a situação e consultar o site da companhia em que irei voar.
Assim fiz. Para além de ter confirmado não ser possível confirmar mais do que a possibilidade de continuarem a ocorrer cancelamentos e atrasos nos voos, as FAQs permitiram-me também ficar a par de algo que me fazia muita falta saber, sobretudo agora.
Isto:
Assim sim, fiquei muito mais descansado.
sábado, 9 de janeiro de 2010
“One-Man Band” ?!? (2ª parte)
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
“One-Man Band” ?!?
“In the late 1800's and early 1900's, as player pianos emerged (pianos played mechanically by moving rolls of paper through a mechanism that physically moved the keys), the next logical step was to apply that same principle to a range of orchestral instruments, often including percussion and mallet instruments. These large instrument arrays were called Orchestrions.”
“‘Orchestrionics’ is the term that I am using to describe a new performance method to present music alone onstage using acoustic and acoustoelectric musical instruments that are mechanically controlled using the power of modern technology”.
“I have found myself again craving for a context that is somehow intrinsically connected to this moment in time - to find something that could only be happening now, in 2010.”
“This experience so far has provided me with a self-imposed challenge that has proven to be enormously difficult and time-consuming, but the early results have been absolutely exhilarating.”
“I am excited to share this project with all of you. I am hopeful and confident that if nothing else, this will be something truly unique. It feels like progress to me and has gotten some notes out of me that I didn't know were there. That is always a good thing.”
Pat Metheny - July 2009
“Postscript –
I have realized by now that as much as I can describe this project, even the people closest to me have had no idea what I was talking about until they have actually heard the music and had an encounter with it all in action. So, even having written all of the above, I know for sure that you still have to experience it yourself to really know what it is.”
Por aquilo que daqui se pode adivinhar, “Orchestrion”, o novo álbum de Pat Metheny, que estará à venda no dia 26 de Janeiro de 2010, deve reunir as condições para vir a ser uma, ou mais do que uma, das seguintes coisas:
a) mais um álbum imprescindível da discografia de PM;
b) uma “musical oddity” sem interesse;
c) uma brutal fonte de polémica;
d) um marco na história da música;
e) várias combinações das alíneas anteriores.
Uma coisa será certamente – de audição obrigatória.
“‘Orchestrionics’ is the term that I am using to describe a new performance method to present music alone onstage using acoustic and acoustoelectric musical instruments that are mechanically controlled using the power of modern technology”.
“I have found myself again craving for a context that is somehow intrinsically connected to this moment in time - to find something that could only be happening now, in 2010.”
“This experience so far has provided me with a self-imposed challenge that has proven to be enormously difficult and time-consuming, but the early results have been absolutely exhilarating.”
“I am excited to share this project with all of you. I am hopeful and confident that if nothing else, this will be something truly unique. It feels like progress to me and has gotten some notes out of me that I didn't know were there. That is always a good thing.”
Pat Metheny - July 2009
“Postscript –
I have realized by now that as much as I can describe this project, even the people closest to me have had no idea what I was talking about until they have actually heard the music and had an encounter with it all in action. So, even having written all of the above, I know for sure that you still have to experience it yourself to really know what it is.”
(texto completo aqui)
Por aquilo que daqui se pode adivinhar, “Orchestrion”, o novo álbum de Pat Metheny, que estará à venda no dia 26 de Janeiro de 2010, deve reunir as condições para vir a ser uma, ou mais do que uma, das seguintes coisas:
a) mais um álbum imprescindível da discografia de PM;
b) uma “musical oddity” sem interesse;
c) uma brutal fonte de polémica;
d) um marco na história da música;
e) várias combinações das alíneas anteriores.
Uma coisa será certamente – de audição obrigatória.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Como derrotar Roger Federer
Aqui está. O segredo para derrotar Roger Federer, descoberto por um português!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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