sexta-feira, 15 de maio de 2009

Criatividade e Educação

Esta é uma palestra TED imperdível. Indirectamente, e a rir, fala-se aqui de coisas tão importantes como o é o pão para a boca. Com a diferença de que algumas dessas coisas não as chegaremos a ver. O futuro dos nossos filhos adultos, a mudança dos valores com que estamos a conformar a sociedade que se seguirá, o nosso futuro enquanto espécie.

Roubei-a aqui, ao ladrão do ladrão do ladrão. E apenas porque me é mais fácil escrever aqui de novo aquilo que já lá deixei, perdoem-me a imodéstia de me citar:

"caramba, estou siderado. este tipo é absolutamente brilhante! para além de todas as utopias, este tipo é absolutamente brilhante! na forma e no conteúdo."

"fiquei a pensar em várias coisas: na educação dos meus filhos; na minha educação; nas vocações de pessoas que conheço (inclusivamente eu próprio)."

"deixou-me a pensar. ora, diria eu, isso é bom."

A pensar. Imperdível, garanto!



12 comentários:

Rui disse...

Em Março de 2008 coloquei esta conversa no meu blog (http://postal.blogs.sapo.pt/arquivo/1082287.html)
Não apenas conserva a mesmíssima actualidade como me parece bem que se incrementou de há um ano para cá.

Salientei especialmente estas duas ideias poderosas:

My contention is that creativity now is as important in education as literacy and we should treat it with the same status

If you're not prepared to be wrong, you'll never come up with anything original

fj disse...

pois, andamos todos ao mesmo, não é?

entre outras coisas, fica-me esta ideia de que todos nascemos com um razoável potencial criativo - apenas vamos sendo dele progressivamente destituídos.

(também me agrada em particular aquela ideia do homem a falar livremente numa floresta, sem mulheres a ouvi-lo..:-D)

fj disse...

mais uma de muitas formas possíveis de criatividade.

sem-se-ver disse...

e porque não me fica nada mal auto-citar-me (onde é que eu já li isto...), aqui fica o coment que acabei de deixar na cs :D

«já conhecia de outro blog (por alguma razão se chama a este mundo blogo(e)sfera :)

ele é muito divertido, muito auto-indulgente também, gasta demasiado tempo a fazer piadas (giras) e, do seu discurso, retêm-se 4 ideias, todas elas valiosíssimas (mas pareceu-me pouco para 20 minutos à disposição; pelo mesmo prémio - o TED - aproveitou o jose antonio abreu cada segundinho para, em cada frase, cheia da paixão que também alimenta ken robinson, dar lições e nos pôr a pensar). dito de outra maneira, fiquei com pena que ele não tivesse desenvolvido mais e melhor as tais 4 ideias valiosíssimas.

por último, não roubei - nem vou roubar :) - porque houve uma metáfora que ele utilizou que pecou por imperfeita, e foi pena, e motivou a minha discordância: o nosso ensino não se esqueceu da cintura para baixo, mas do pescoço para baixo - não só da dança, que robinson tanto ama, que necessita das pernas, mas das mãos presentes em todas as outras criações artísticas.

contudo, e porque posso parecer demasiado crítica, o tom de ken robinson foi, a nível de técnicas de comunicação, adequadíssimo; eu é que teria preferido encontrar uma palestra proferida por ele sobre este assunto, e não só um bocadinho de sitcom, como este momento me pareceu.»


(olá fj - esta parte adaptei :D, voltei do meu fds loongo)

sem-se-ver disse...

comentário que TENTEI deixar no blog do Rui:

«(com que então o menino tinha um blog e não dizia nada a ninguém...)


eu ouvi falar de robinson antes disto, talvez em... outubro? novembro? não recordo bem.

claro que sim, que a escola mata a criatividade. sei do que falo, sou professora mas do nível secundário: quando eles me chegam já vêm completamente estraçalhados. a minha principal função é pô-los a pensar, 1º, de uma forma pessoal, 2º, e, com muita sorte, conseguirei fazer-lhes entender que a escola implica conhecimento e estudo mas não papaguear a matéria dada - ser-se criativo passa igualmente pela cabeça e pelas actividades da dita.

mas o que me motivou mais este (já longo) comentário foi que também eu - e recentemente - me tenho entretido a ver tubes do TED, e a entusiasmar-me e comover-me e acalentar-me de esperança a cada um deles.

pronto, era isto.»


(então o blog existe ou não? não entendi...)

fj disse...

olá ssv, já julgava que não voltavas! terás alguma razão quando dizes que ele usa e faz humor tanto ou mais do que expõe ideias. mas o humor que faz e a(s) ideia(s) que expõe são muito boas. muito melhor do que muitos stand-up.
pelas duas coisas gostei muito, muito.

(e depois, aquela ideia do homem a falar livremente numa floresta, sem mulheres a ouvi-lo, bolas... é linda, não é?...:-D)

quanto ao blog do rui, é uma verdadeira seca! não o blog, mas um pouco o rui, e também aquela coisa dificílima de ter de copiar números para as caixas, e ter de deixar o nome e o endereço de e-mail, e querer fazer um preview e depois ter de se repetir tudo, até ao ponto em que temos de enviar o comentário três e quatro vezes sem ter a certeza de que ele entrou, apenas para depois descobrirmos que ele ficou publicado essas mesmíssimas três e quatro vezes! uma seca, só te aviso!

é claro que o blog existe - 'postal - um verbário', está aqui mesmo ao lado, nos passageiros frequentes (mas depois não digas que não te avisei).

Rui disse...

Bem, fico fundamente sensibilizado com o estímulo que o meu amigo fj decidiu promover à frequência do meu blog - que comemorou em Abril uns vetustíssimos 5 anos. Na sua opinião clamorosamente ciumenta, o meu insignificante verbário não é apenas uma "seca", mas uma "verdadeira seca", que as há falsas. Com amigos assim...

PS - tenho de escrever "gradeds" para publicar este comentário?

fj disse...

rui,

sim, está bem, isto foi clamorosamente ciumento, mas olha que, em contrapartida, tu apenas foste agraciado com um "um pouco" seca. e afinal de contas, ‘gradeds’ nem é assim muito mau, se comparado com aqueles inexpressivos números de 6 algarismos 6.
e depois, aquela caixinha a perguntar-nos sistematicamente "lembrar-se de mim? sim ou não", a qual, por mais vezes que digamos "sim", não há meio de ficar com uma réstiazinha de lembrança, que seja, de quem fielmente por ali passa.

sem-se-ver disse...

pois, foi o que me aconteceu, não se queria mesmo lembrar de mim mesmo que eu o quisesse com muitaaaa força!

(ok, avisaste)


(aquela cena é uma adaptação, muito divertida, da velha questão que antecede a resposta idealista - idealismo filosófico - à questão: não, não existe.)

sim, stand-up. sim, o senhor tem akele humor britânico inconfundível. sim, a partir de certa altura, achei um desperdício de tempo :))

fj disse...

:-D... gostei desta do idealismo filosófico!
a propósito, fiquei hoje a saber que, à semelhança do que se tem feito com a “música para bebés” estão agora a começar a aparecer os workshops de filosofia para crianças.
bem preciso, vou inscrever-me!

Beta disse...

Vou fazer 24 anos que sou psicóloga nas escolas e sempre disse e volto a repetir que a culpa disto tudo não é da escola, mas sim nossa!!!! Que somos PAIS!!! nós como pais é que erramos profundamente naquilo que queremos que os nossos filhos façam ou venham a ser e a fazer!
Esperamos ansiosamente que cada "rebento" nosso seja o MAIOR médico da zona, o MELHOR Engenheiro daquela empresa, o GRANDE gestor daquela multinacional ou, melhor ainda, o BRAÇO DIREITO daquele outro politico, e... quem sabe...um dia até ser Ministro!!!! Pensem bem! somos nós os maiores castradores dos nossos filhos quando queremos que eles sejam os MELHORES na escola, no grupo de amigos, nos escuteiros! E tudo o resto...são tretas....Dança??? teatro???? Felicidade??? (isso compra-se, quando fores rico) -"Enquanto isso não te fizer perder tempo para os estudos, vai lá! para te distraires um bocadinho."
Digam lá Amigos é assim ou não é!!!!
Tudos dias luto para que os meus alunos não me façam a pergunta:"Stora, qual é a profissão que tem mais saída?" Mas ha 20 anos, que todos os dias, me fazem esta pergunta!!!! PAIS!!!!Deixem de ser castradores de mentes, deixem-se de perconceitos, porque a educação é da responsabilidade de TODOS e TODOS os DIAS!!!!! desde o berço!!!!
E fj, essa de falar sozinho na floresta...o outro tambem gostava de pregar aos peixes...e sem mulheres?!....pois, pois...que graça.
E claro! o Ken Robinson é um excelente comunicador!

fj disse...

elisabete, gosto de te ver por aqui, dessa forma empenhada. é uma acrobacia difícil deixarmos de nos projectar e querer a maior segurança para os nossos filhos. mas mesmo que consigamos evitar conformá-los num determinado sentido, subsiste ainda a questão do modo como o fazemos e à custa de quê.

porque sempre ficará algo para trás! digo eu.

creio que se trata de um eterno dilema, enquanto formos pais.